segunda-feira, 5 de abril de 2010
La se foi Cesar Teixeira
Autor e encenador da 1ª peça de teatro da Angola Independente “ PODER POPULAR”.
Não sei quando nem onde nasceu, talvez no norte de Portugal. Tão pouco sei a data exacta da sua morte em finais de Fevereiro início de Março, na Austrália, vítima de doença malvada.
César Teixeira é uma figura incontornável na história do teatro angolano. De um curso de expressão corporal, que ministrava no Instituto de Educação e Serviço Social, antigo Pio XII, surge a ideia dum grupo de teatro, posta em pratica com José Mena Abrantes e um grupo de trabalhadores e estudantes mobilizados nos liceus que ocupavam em greve. Fundou assim o 1º grupo de teatro da Angola Independente, “TCHINGANJE”, sendo o seu principal dirigente e dinamizador.
Em finais de 1975 Tchinganje apresenta ao público a 1ª peça de teatro, por si encenada, do pós independência “Poder Popular”. Muito aplaudida, a peça (estreada na histórica Liga Nacional Africana), foi vista e debatida por milhares de pessoas nos bairros populares, hospitais, escolas e fábricas de Luanda e posteriormente adaptada para ser apresentada na fazenda Bom Jesus e Heróis de Caxito (Ex Tentativa). Com entrada livre e debate no final, a peça serviria de mote as reivindicações dos trabalhadores da Heróis de Caxito, o que levaria a prematura e forçada extinção do grupo, em Agosto de 1976, por ordem do poder do partido único. César Teixeira dizia não acreditar em “teatro para o povo” por isso normalmente esconder atitudes paternalistas de quem pretende impor a sua verdade sem critica, e afirmava querer fazer teatro com o povo e com ele criar “uma estrutura estética de comunicação”. O Tchinganje estava a faze-lo e isso incomodou o poder em instalação. Por acabar ficou a peça “História de Angola”. Em Março/Abril de 1977 com Mena Abrantes e os sobreviventes do Tchinganje, Cesar Teixeira cria o grupo Xilenga-Teatro e com ele leva a cena (1978) a peça infantil por si dirigida e encenada “Carrela, carrinha, carreta”. Abandonaria o grupo pouco depois por divergencias quanto a sua orientação, que em seu entender levariam a perda da sua identidade.
Deixou Angola entristecido e após breve paragem em Portugal, rumou para a Australia com a familia, Graça D`orey e a pequena Joana que os Tchinganjes viram nascer e transportavam por onde andavam.
Com a sua morte perdemos um homem de cultura, de teatro e um amigo, fica-nos a memória.
Angola, cujo teatro ficara mais pobre com a sua partida, perdeu o fundador do 1º grupo e da 1ª peça de teatro da Angola independente.
J. Emanuel G. Silva (Juca)
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Pelo que percebo, realmente é uma perda irreparável, mas tenho certeza que o trabalho dele nunca será esquecido, acredito que a iniciativa dele será o início para que toda Angola possa viver o teatro. Grandes homens não desaparecem quando morrem,ele e seus ensinamentos ficam eternamente, na memória e nas açoes diárias. Estou torcendo para que tudo dê certo. Um grande abraço a todos.
ResponderEliminarvaleu mano pelo seu comentário
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